sexta-feira, 9 de abril de 2010

O tratado universal das faíscas

No centro de suas pernas cruzadas muitas coisas começam enquanto outras terminam. Todo o nascimento é fedido. 'É pernóstico'. Há um inchaço que não se cessa. E amanhã isso será de uma vez por todas as vezes feito uma garganta enganchada dentro da garganta. Um sufoco que não se diz. A clarividência é repleta de sobreposições e de sincretismos. Um espinho de peixe profundamente mudo no meio de suas potências. Como nas asas de uma fumaça preta era preciso que se despelejasse de tão picuinhas preocupações. Diz a alma antiga dos pretensos entendidos. E convidado a praticar a partir da sistematização do conhecimento, escreveu uma carta um tanto pomposa, em que agradecia, falso, tamanha fineza de recordação, mas a recusa seguia com o argumento de ele pensar tratar-se de um tipo que se lhes inadequara a tarefa, uma vez que só lampejava. Fracassadamente só faíscas perdidas, escapadas à captura. E no momento se atinha à arrumação do que delas fazer, a que delas servir. Um soco no peito caindo no fundo do poço. Não há em que se agarrar: há um rasgo no meio da pulsação mais intensa: é a vida. e, por ora, e a favor da vida; que seja, pois, ela vivida. Essa manifestação responde do lugar entre o suspiro e outro suspiro de um desesperante em desespero que, antes de passar, não passa nunca. 'Congresso internacional do hermetismo'. Será que há algo fora de algo? Isto é, será que, alcançando as mesmas resultantes torpes, há os mesmos métodos? 'Deixam assim o mundo tão estúpidos como se os encontram'. Não seria doador declarado de órgãos, porque não se perigava chegar aos infernos sem os olhos, os rins ou o coração, pelo menos em presença carnal e não em anima, como tinha por hábito antes da falência múltipla de sensações a que se submetera, mas isso daria uma outra história infeliz, por que bem poucos desordeiros se interessariam e muito provavelmente dela fariam mal uso torto. E tomando providência com relação ao que desejara antes sem precaução, segue-se no meio das cochas devastadoras.

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