segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O sono de dentro para fora Ou O adormecimento inglório

Mas ao passo que a pélvis e o colo e o dorso se confraternizavam, Cinderela-pequena ia à festa sem ser convidada. Um doce coração se alvoroçava para fora do ovo de dentro das calmas. Eu vi um órgão central pulsante, porém incabível. Eu vi um órgão inicial saindo do meu corpo harmônico deitado. Eu vi dois olhos amontoados franzindo a minha áurea já franzida. É uma pena que o mais forte de dentro de mim, habitara foragido. Meus ritos arroxeados necessitando de remédios. Um sopro inaugural e invicto e majestoso. A dor intempestiva de um amor negado. É precípua uma causa propulsora que me vomite. Foi tudo um vômito jorrado. Foi tudo fruto de um desejo esticado de que o enjoo passasse manso, manso. Interrompa-me o antes possível de que palavras de amor acontecendo sejam flechadas. Pare-me antes que eu procrie uma série de cupidos vingativos. Fala-se de uma sensação confeccionada em auto-prova-contra-mim. Um príncipe autóctone vive. Bem aqui onde o sol bate e faz a curva de um sonho. Bem aqui. Um seio que relincha: coma-me, antes que acabe. À vida que inadapta-se do mesmo modo que dois pneumáticos se incongruem em favor de um mesmo auto: reto e torto, pois vez ou outra, as carcaças se tremelicam e o contato com a terra é vacilante, suspensivo. Freio de mão mole. Cavalinhos desorientados. Eu preciso de um galope verdejante e da lucidez de como os diálogos são circunscritos mundialmente. Trata-se de uma emoção hospedeira que tremula a respeito da maior solidão por metro quadrado sobre que se noticiou. Era preciso dormência, dormência, três pontos.

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