quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sobre o que não se alcança

Nesta noite há uma volição escomunal de choro. Duas espadas cairão sobre o dorso do vitimado pelas palavras descuidadas dos outros. E o apocalipse de nossos sonhos se dará. Ao passo que minhas sinceridades serão tomadas por uma depilação serena. Não, não haverá de ser mais eu quem lhe sussurrará os segredos da verdade. Não serei mais eu quem discursará sobre o véu da propriedade usurpada. Pois, jamais se nega a consumação do amor consumado em desgraça. Jamais se desautoriza o lábio grudado em doença no outro lábio atualmente ojerizado. Há de ser infância mal resolvida a natureza dessas manifestações. E enquanto um sono profundo dos desprovidos de iniciação se dorme, as vísceras dos indignados soerguem por sobre os terremotos mais bem tremidos de minha narrativa. Desnecessários adornados grafos, tudo se desvelaria escorregante. Amaria tudo que não há e assim nunca se cessaria. A história sobre o sequestro de meu lado esquerdo, um derretimento; quer dizer que se voltasse uns vinte e cinco minutos depois de todo o sempre, eu ainda estaria em estado de insatisfação, e mesmo que os pirilampos caguetassem sua presença em brilho brilho, não seria noite em meu peito. Eu sou simpatizasse de uma escrita que não se ascenderá; eu sou o risco que passa enquanto os olhos piscam. Trata-se do padrão de sentimento flutuante que nos foi concedido, um zumbido no ouvido de abelha abelha picante. Estamos morrendo de emoções. Estamos emudecidos de orgasmos. Eu sou debaixo d’água de meus pesadelos tartarugosos, bem lá no meio de onde tudo acontece, sobre que tudo que atravessa se registra. Nesta noite há uma volição escomunal de choro.

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